Já em criança, a palavra "emigrante" era a minha palavra-fétiche. Acho que é por tudo o que ela representa e não apenas pelo seu significado. Para mim, a palavra "emigrante" é indissociável da emigração portuguesa dos anos 60. Emigrar, nessa época, era um acto de coragem. Deixava-se a pátria-mãe para ir viver noutro país ; um país que falava uma língua desconhecida, onde nem sempre se era acolhido da maneira que se esperava. Implicava também deixar a família, os amigos, os hábitos, as raízes. Tudo aquilo que constrói uma pessoa.
Admiro e sempre admirarei essas pessoas. Também eu faço parte da história da emigração portuguesa através dos meus pais. Não sei se é pelo facto de admirar os meus pais, se por revelar um amor incondicional a Portugal, esta palavra sempre me atraiu. Guardarei sempre uma relação forte com ela pois faz parte de mim mesma.