A Profª Graciete Besse fez uma breve panorâmica da história da literatura portuguesa, referiu-se a certos autores, aguns conhecidos pelos alunos, antes de abordar o movimento literário conhecido por pós-modernismo que apareceu no século XX depois dos cataclismos que enlutaram este século e a história da humanidade. O progresso, que até então era um princípio em que todos os intelectuais acreditavam, deu lugar ao desaparecimento da História, segundo alguns teóricos. A História teve de adaptar-se às transformações do século, a partir dos anos 30 com a “École des Annales” de Lucien Febvre e Marc Bloch que, dando-se conta que os factos históricos eram essencialmente relatados a partir do ponto de vista político e que as mulheres eram as grandes esquecidas da história, começaram a escrever uma história dinâmica e total, de grandes movimentos que explicam o nosso devir.
Esta visão historicista refletiu-se em todos os movimentos culturais, Arte e Literatura, e foi teorizada entre outros pelo filósofo francês Jean-François Lyotard.
A oradora referiu-se a seguir às mudanças que ocorreram na literatura portuguesa do pós 25 de Abril – uma literatura feminina, influenciada pelas Novas Cartas Portuguesas das três Marias (Maria Velho da Costa, Maria Teresa Horta e Maria Isabel Barreno) e um novo romance histórico, que ao invés da escola tradicional, na peúgada de Walter Scott e do nosso Alexandre Herculano, apela muito mais para a inteligência e a colaboração dos leitores.
Mário de Carvalho é um autor do pós 25 de Abril. Foi preso pela polícia política e esteve exilado na Suécia. O primeiro livro que publicou em 1981 Foi “Contos da sétima esfera”. Tem uma importante obra publicada, de romance, contos, novelas, teatro e ensaio. Graciete Besse referiu-se às numerosas facetas deste autor, que sabe utilizar a ironia, o fantástico, a descrição poética e a crítica acerada da sociedade portuguesa. Leu a seguir alguns textos de Mário de Carvalho, pedindo a colaboração dos alunos. Para concluir a Prof.ª Graciete Besse perguntou aos alunos que livros já tinham lido, e fez uma apologia da leitura de textos inteligentes que nos fazem refletir e progredir. A boa literatura faz-nos “levantar do chão” e tornar-nos mais humanos e solidários. (Acep)