Neste filme, o realizador Jorge Queiroga questiona-se sobre vários aspetos existenciais tais como o sofrimento, a culpabilidade, a morte, a mentira, a necessidade de conhecer a verdade, a dificuldade de ultrapassar o luto...
De facto, o menino, Paulo, vive numa mentira, o silêncio da mãe é incompreensível para ele, ele precisa de saber a verdade e de conhecer as suas origens, pois chegou a uma idade em que é necessário saber de onde se vem, quais são as suas origens...
A mãe mente ao filho, não consegue ultrapassar a morte do marido. Paulo para ela simboliza a lembrança da morte do marido e os acontecimentos que ocorreram antes desta morte, por isso ela não se ocupa do filho normalmente. O avô sente uma terrível culpabilidade no que diz respeito à morte do seu filho, pai de Paulo e também não consegue ultrapassar esta morte – e o facto de viajar no passado com a ajuda do carro mágico é como um castigo que ele se impõe a ele próprio.